Herdeiro dosomrobusto de Wes Montgomery (1925-68) e
de sua habilidade em improvisar, com notável articulação, linhas melódicas
longas e irresistíveis, em qualquer tempo, Martino é em geral esquecido quando
se cantam merecidas loas a outros expoentes das seis cordas, como Bill Frisell,
John Scofield, Russell Malone, Pat Metheny, Kurt Rosenwinkel e ovovôJim
Hall.
Nascido em 25 de Agosto de 1944, na
Filadelfia, inicialmente seu nome artístico era Pat Azzara, depois Martino. Ele
pegou o gosto pela guitarra desde menino, motivado por seu pai, que tocava o
instrumento, e chegara a ter aulas com o lendário Eddie Lang. Aos 15 anos Pat
já eramúsicoprofissional, atuando em bandas derhythm & blues. Logo após a adolescência,
em Nova York, passou a integrar osorgan triosde Don Patterson, Jack McDuff, Charles
Earland e outras estrelas dosouljazzdos anos 50-60.
Em 1980, já respeitado no planeta jazz, sofreu uma série de aneurismas
que provocaram nele, depois de cirurgias no cérebro, total amnésia. De início,
não se lembrava de sua condição de músico nem de que era um virtuose da
guitarra. Um longo tratamento que consumiu anos de terapia, reabilitação e um
processo de reaprendizagem da técnica da guitarra, com a audição dos discos que
gravara na década de 70, devolveu-o à vida plena. Pat gravou então, em 1987, o
álbumThe
return(Muse), em trio, mas voltou a se afastar dos palcos
e estúdios em 1989, quando sua mãe morreu, e ele teve uma inesperada recaída.
Só na década de 90 é que recuperou seu prestígio, numa série de seis discos.
Nos últimos 10 anos, além de suas frequentes apresentações em clubes e
festivais, nos Estados Unidos e na Europa, Pat Martino reforçou a sua
discografia com três Cds definitivos editados pelo selo Blue Note:Live
at Yoshi’s, gravado ao vivo no clube de Oakland, California, em 2000, com Joey De
Francesco (órgão Hammond) e Billy Hart (bateria);Think
tank, de 2003, à frente de um quinteto cinco estrelas que conta com Joe
Lovano no saxofone, Gonzalo Rubalcaba ao piano, Christian McBride no baixo e
Lewis Nash, bateria, eRemember/
A tribute to Wes Montgomery, de 2005 (David Kikoski, piano; John Patitucci, baixo; Scott Allan
Robinson, bateria).
Pat Martino também é um conceituado Professor de música e já rodou o
mundo todo ministrando cursos nas principais escolas e faculdades de música.
Em outubro do ano passado, foi lançada a autobiografia de Pat Martino,Here
and now(Backbeat Books), escrita em colaboração com ojazz
writerBill Milkowski, autor também deJACO:
The extraordinary life and times of Jaco Pastorius(Miller Freeman Books, 1995). O guitarrista sentiu “que já era tempo de
documentar” sua vida e seus propósitos não só como músico mas também como
professor e pessoa.
Ritenournasceu no dia 11 de janeiro de
1952emLosAngeles,Califórnia. Aos
16 anos de idade já era guitarrista profissional, seu primeiro trabalho foi com
a bandaThe
Mamas &the
Papas, onde recebeu o apelido de "CapitainFingers",por causa de suadestreza manualna guitarra.Ritenoureraum guitarrista muito
requisitado na década de 70 por sua versatilidade, o que o levou a vencer o
premio da revista Guitar Player como “Melhor Guitarrista de
Estúdio” por duas vezes.
Uma de suasinfluências maisnotáveis é opioneirodo jazz
guitarristaWesMontgomery, entre outros,
comoJoePass,Kenny BurrelleJohnMcLaughlin.
A carreira solo de Ritenour teve início em 1976, quando
gravou o álbum “First Course”, este trabalho tornou-se uma referência para o
Jazz/Rock de Los Angeles na época, no entanto não agradou muito aos críticos.
Ele logo respondeu lançando mais 3 álbuns ainda na década de 70 “Capitain
Fingers”, “The Capitain’s Journey” e “Feel the Night”, todos eles carregados de
distorções e sonoridade Rock. Em 1979 participou das gravações do álbum
antológico “The Wall” da banda “Pink Floyd” que dispensa comentários, Ritenour
participou das faixas “Run Like Hell” e “One of my Turns”, porém o seu nome só
foi creditado na primeira.
Na década de 80 Lee passou a inserir elementos da música
pop em suas gravações. A marca de guitarras Ibanez lançou o modelo LR-10 com
sua assinatura. Logo em 1981 no álbum “Rit” a faixa “Is it you” chegou a ocupar
o 15º lugar nas paradas da música Pop. Em 1985 ele deixou clara a sua influência pela música
brasileira com o álbum “Harlequin”, que inclusive contou com a participação de
Ivan Lins. E logo em seguida lançou “Rio”. Pouco tempo depois em 1987 lançou
“Portrait”.O
álbumtem
algode um
somsuavede smooth-jazz, e contou com participações de Yellowjackets, Djavan,e Kenny G.
Na década de 90,
Ritenour gravou com o conceituado guitarrista Larry Carlton o álbum “Larry and
Lee” e foi um dos criadores da memorável banda “Four Play”, indicada ao Grammy,
que contava com ninguém menos do que o baixista Nathan East.
Em
junho de 2010, para comemorar os cinqüenta
anoscomo
guitarrista,LeeRitenourlançou o álbum “6 String Theory”. O álbum contou com participações de guitarristasfamosos tais comoSteveLukather, NealSchon, JohnScofield, Slash, Pat
Martino,Mike Stern,George BensoneBB King. Este álbum venceu prêmios como o “Guitar álbum of the
year” pela revista “Guitar International Magazine”, o “The #1 Best 50 Guitar
Albums of 2010” pela revista “UK’s Guitarist Magazine”, o “Album of the Year”
da revista “JAZZIZ Magazine Publisher’s”, além do “Top Albums of 2010” do
canadense “The Guardian”.
Lee também foi premiado em 2011 pelo “Echo Awards”
(Prêmio equivalente ao Grammy na Alemanha) na categoria de “Melhor álbum de
instrumentista em conjunto, pelo mesmo álbum.
AlbertWilliamLee, nasceu no dia21 de dezembro de 1943em Leominster, Herefordshire,Inglaterra, como guitarrista ficou conhecido por
suatécnica de palhetadaededilhadohíbrido.Leejá trabalhoutanto em estúdioeem turnê comalguns dosmais famosos músicos do mundo de diversos gêneros.Eleaindamantém umacarreira solopróspera, não só como guitarrista, mas como compositore diretormusicaltambém.
Albertcresceu emBlackheath, Londres.Seu pai era ummúsico,Albertestudou piano, aossete anos de idade já dominava o instrumento.Durante este tempo,ele se tornou umfã deBuddy Hollye Jerry LeeLewis.Ele pegoua guitarraem 1958, quandoseus pais compraram-lhe um modelo Höfner Presidentde segunda mão, e aos 16 anos de idade Albertdeixou a escola para se
dedicar à guitarra em tempo integral.
Lee tocou comuma variedade debandasa partir de 1959, a maioria delas deR&B,música country erock and roll.Além deBuddy Holly,suas primeiras influênciasincluemCliff Gallup,GradyMartin,The Everly Brothers, ScottyMoore,James BurtoneJerryReed.Sua primeira experiencia de sucesso como guitarrista foi com ChrisFarloweeOsThunderbirds. Mas o própiro Leedizia que ele realmentequeria tocarmúsica country. Em 1968 ele deixou o grupo. Durante o
período em que tocou com Heads, Hands
and Feet, Leetornou-se um"guitar hero",tocando suaFender Telecaster com muita técnica e habilidade. Em 1971, Albert Lee atuou com John
Lord (Deep Purple), em uma gravação ao vivo da Lord’s Gemini Suite.
Lee partiu para Los Angeles, Califórnia em 1974 e
juntou-se The Crickets através de seu amigo baixista Rick Grech
(Blind Faith). A banda gravou três álbuns. Em 1976, Lee foi
convidado a participar da Hot Emmylou Harris Band,
substituindo um de seus heróis, James Burton, que estava
retornando para tocar com Elvis Presley. A partir de 1978, Lee trabalhou
por cinco anos com Eric Clapton, tocando e cantando para
uma gravação de concerto ao vivo no Budokan no Japão. Lee foi o responsável pelo show de reunião dos Everly Brothers de
1983 atuando ainda como diretor musical. Ele tocou regularmente
com os Everlys por mais de vinte anos.
Lee recebeu muitos prêmios por seus trabalhos, entre ele foi vencedor por cinco vezes consecutivas do "Best Country
Guitarist" pela revista Guitar Player. Lee é
conhecido no meio musical por sua técnica, agilidade e virtuosismo e ainda
por ser um guitarrista muito melódico, tocando passagens mais
lentas seu som lembra as guitarras pedal steel com as suas
guitarras Music Man e Telecaster equipadas com B-Benders.
Albert Lee também é conhecido com “O guitarrista dos guitarristas”, pois
sempre há guitarristas em suas apresentações. Inclusive gigantes como Eric
Clapton e Emmylou Harris, classificam-no como um dos maiores guitarristas do
mundo.
Em 2002
Lee recebeu o prêmio Grammy de melhor performance Country Instrumental em “Foggy
Mountain Breakdown”, do álbum Earl Scruggs & Friends.
Albert Leecontinua a trabalharno estúdioe em turnês comBill Wyman’s Rhythm Kings.Ele vive emMalibu,Califórnia.
Mike Stern nasceu no dia 10 de janeiro de 1953 em Boston, mas cresceu na capital Washington antes de voltar a Boston para estudar na Berklee School of Music. Stern tinha somente 22 anos quando se uniu ao Blood, Sweat & Tears, com quem tocou três anos antes de entrar na banda de jazz fusion de Billy Cobham.
Mas a grande mudança na sua vida ocorreu quando em 1981 foi recrutado como guitarrista por Miles Davis em seu retorno, após uma ausência de cinco anos. Stern tocou e gravou com Davis até 1983, quando excursionou com Jaco Pastorious, mas voltou a se reunir com Davis em 1985, ano que estreou como líder, no álbum "Neesh" que teve uma boa recepção pela crítica.
Depois de deixar a banda de Miles Davis ele participou dos projetos de David Sanborn e Steps Ahead enquanto gravava seu segundo álbum "Upside Downside", que foi seu primeiro projeto para a divisão de jazz da Atlantic Records. Stern continuou gravando para a Atlantic durante os anos seguintes enquanto participava de vários outros projetos, como o de Michael Brecker e dos Brecker Brothers.
Sua primeira nomeação ao Grammy foi em 1994 com o álbum "Is What It Is"; dois anos depois recebeu a segunda nomeação com "Between the Lines". Stern recebeu a terceira nomeação ao Grammy em 2001 com "Voices", primeiro álbum de Stern utilizando vocais e também marcou o fim da sua associação com a Atlantic. Atualmente Stern está ligado ao selo ESC e lançou seu primeiro trabalho, "These Times" em 2004.
Nesse álbum, esse mestre do jazz fusion se associa a velhos amigos, o baixista Richard Bona e o baterista Vinnie Colaiuta e como novidade traz o saxofonista Kenny Garrett para produzirem um grande som, nessa que é sua primeira realização desde que deixou a Atlantic Records.
Através dos anos o guitarrista desenvolveu um estilo que passeia pela fina linha de fronteira entre o jazz e o jazz/rock fusion, sempre tocando sua surrada Fender Telecaster devidamente ‘envenenada’. Essa guitarra se transformou numa espécie de marca registrada, principalmente pelos timbres únicos, em se tratando de uma Telecaster, tanto que a Yamaha resolveu lançar uma série de guitarras baseada nesse instrumento, com assinatura do próprio Stern, e que ele inclusive vem utilizando ultimamente, além da ‘velha companheira de guerra’.
Nasceu em 23 de setembro de 1939 na cidade de
Ozark, Alabama. Seu pai era um pastor evangélico e foi por conta disso que ele
teve contato com os ricos elementos da música negra. O gospel ressoava nos
tímpanos do pequeno Leroy, que quando tinha cerca de cinco anos e brincava com
seu violão de aço. Para ele, ter começado a ouvir música dentro do ambiente
religioso foi marcante no que diz respeito ao desenvolver de sua personalidade
musical. É possível comparar sua maneira de tocar como a de um pastor pregar. O
som começa baixo e calmo e conforme o tempo passa o volume aumenta, a
velocidade cresce e quem está ouvindo entra em clímax.
Aos nove, quando ganhou de seus pais
uma Rickenbacker vermelha, começou a ter aulas com a Sra. Clara Louese. Aos
doze anos ele já era o prodígio instrumentista de uma banda chamada The Waw
Keen Valley Boys, na época em que ainda morava em San Joaquin Valley, na
Califórnia. As coisas começaram a mudar quando Buchanan foi para a cidade
grande. Aos 16 anos se mudava para Los Angeles, e lá formaria uma banda com o
futuro baterista do Jefferson Airplane - Spencer Dryden, chamada Heartbeats.
Mas as coisas não foram muito longe com sua nova banda. Durante uma turnê ao
sul da Califórnia, eles foram abandonados pelo seu empresário e sem recursos
para poder seguir em frente, encerraram a turnê. Sem problemas.
A estrada é a melhor companheira de um
guitarrista de blues. Então, Buchanan decidiu que não era o momento de voltar
para LA e rumou para Tulsa. Foi a melhor coisa que poderia ter feito. Em Tulsa,
Buchanan conseguiu um emprego como guitarrista da Oklahoma Bandstand. Havia um
show marcado com o “tornado humano” Dale Hawkins – que na época estourava com
sua composição “Susie Q”. Hawkins sempre foi reconhecido por escolher muito bem
seus músicos, especialmente os guitarristas. Já tinha tocado com Scotty Moore,
Sonny Jones, Carl Adams entre outros. Não era difícil perceber que o jovem
Buchanan estava no lugar certo fazendo o que tinha talento para fazer. Depois
desse show é que começou a carreira de rock and roll de Buchanan, pois agora –
em uma época em que Elvis estourava as gargantas das menininhas e James Dean
estava vivo – ele tocava com um músico do mainstream. Dale Hawkins contratara o
garoto.
Após acompanhá-lo por um certo tempo na
estrada, chegava a hora de ir para o estúdio. E foi via Chess Records que eles
gravaram um compacto – naquela época era muito comum músicos gravarem discos
com apenas duas músicas, uma de cada lado. Eles lançaram uma versão de “My
Babe” de Willie Dixon. Passaram os próximos dois anos em turnê pelos Estados
Unidos. Esse tempo foi uma grande escola para Buchanan, que não só se tornava
um músico de rock, mas aprendeu a beber e usar drogas.
Em Outubro de 1960 em Washington, após
um show, uma jovem sorridente e com olhar de admiração disse a Buchanan que
adorava o jeito que ele tocava sua Telecaster. Um ano depois ele se casaria com
essa garota chamada Judy Owens. Nessa época, ele já começava a despontar como o
branco que melhor tocava blues nos EUA. E isso arrancou elogios de gente
carrancuda e importantíssima na história da música, como Seymour Duncan ou Les
Paul que tinha um discurso interessante sobre Roy: “Eu nunca havia ouvido algo
como o que Buchanan fazia na época e isso despertou muito interesse em mim. Por
exemplo, ele não tocava um arpejo do jeito que você aprende com o seu
professor. Ele tinha sua própria maneira de fazer as coisas, tudo sempre de um
jeito diferente. Não importava se palhetava ou se tocava com os dedos, ele era
com certeza um guitarrista incomum”.
Apesar de ser conhecido dentro do meio
musical, ele nunca havia assinado um hit que fosse para as paradas de sucesso.
E foi por volta de 1962, quando o baterista Bobby Gregg gravou e
autocreditou-se pela música “The Jam”, que Buchanan tomava o primeiro soco na
cara da indústria cultural, pois a música tinha riffs compostos por ele em
vários trechos e ela foi para o topo das paradas de R&B.
Enquanto Roy ficava louco com o uso de
pílulas e barbitúricos, digerindo sua primeira frustação, nascia seu primeiro
filho. Como conseqüência desse acontecimento ele se mudou para Mt. Rainier,
Maryland e foi morar com sua sogra. Pelos próximos anos ele passaria seu tempo
tocando com bandas locais, nos arredores de Washington uma vez que muitos
músicos americanos estavam sendo menosprezados por conta da invasão britânica.
The Who, Cream, Beatles eram preferência. E
novamente Roy encarava outro momento de frustração, quando viu um pedal de wah
wah, em 1968 num show de Hendrix no hotel Hilton de Washington que era capaz de
produzir um som já patenteado pelo músico, mas ao simples alcance de uma pisada
e com melhoras técnicas referentes à potencia. O wah wah Buchaniano era feito
pela manipulação do knob de tonalidade de sua Telecaster, desde o começo da
década de 50.
E nesta época obscura Buchanan já tinha
seis filhos e trabalhava de dia como barbeiro para poder contribuir com o
orçamento de casa. Um dia um cliente entrou na barbearia empunhando uma Fender
Telecaster 53´ amarela. Buchanan sentiu que aquela guitarra lhe pertencia.
Interrompeu o seu trabalho e foi perguntar para o cliente onde ele havia
conseguido a guitarra e se por acaso ele aceitaria trocá-la, prometendo assim,
conseguir a guitarra mais bela que já tinha visto para trocar pela Tele amarela
– que seria batizada de ‘Nancy’ seu futuro xodó. Conseguiu com um amigo uma
Telecaster roxa e trocou de instrumento. Por esse período – em Julho de 69 - o
guitarrista Brian Jones dos Rolling
Stones havia morrido e eles procuravam por um substituto. Roy foi convidado e
recusou o convite, alegando que não gostaria de entrar em turnê com uma banda
que possuía uma ‘imagem’ diferente da que ele passava. Contudo, passado algum tempo
da recusa ele alegou à imprensa que aprender o repertório dos Stones seria
muito difícil.
Em 1970 o canal de televisão de
Washington WNET, produziu um documentário sobre o ‘Melhor Guitarrista
Desconhecido do Mundo’. Produzido por John Adams, seu conteúdo estava recheado
de depoimentos sinceros de Buchanan, carregados com o seu ranço pela indústria
de música. “Eu provavelmente nunca me tornei famoso porque eu não me importo se
sou ou não famoso. A única coisa que sempre quis foi aprender a tocar guitarra
de maneira autodidata. Você é que determina suas metas para o sucesso. E quando
as alcança não significa necessariamente que você será uma grande estrela e
encherá os bolsos de dinheiro. Você sentirá no seu coração se é bem sucedido ou
não”. Nesses tempos ele costumava tocar de costas para o público, com medo que
alguém fosse roubar seu estilo de tocar guitarra.
Apesar de tocar com várias bandas,
Buchanan tinha sua banda fixa chamada The Snakestretchers. E alegando esse
motivo recusou mais um ótimo convite, feito desta vez por Eric Clapton, para integrar o
Derek And The Dominoes. E em 1972 ele lança "Buck & The Snake
Stretchers". Com a boa repercussão e aparições na televisão e no
Washington Post, ele conseguiu um contrato para três discos com a Polydor.
Lançava então, em julho de 72, seu primeiro disco solo que tinha apenas o seu
nome na capa, sem qualquer título. Três meses depois já tinha gravado todo o
material para o segundo disco. Parecia que Buchanan já estava cansado de tocar
em pequenos bares, e finalmente, o caminho da fama parecia estar sendo
trilhado.
Seu segundo trabalho foi lançado no
começo de 1973, com o título nada original de "Second Album". Se o
título não tem personalidade o mesmo não podemos dizer sobre as músicas que são
conduzidas pelo timbre agudo e rasgante de Buchanan. Nesse disco o ‘pinch
harmonic’ (técnica onde o guitarrista toca na corda com a palheta e abafa com o
polegar simultaneamente, provocando um som muito agudo) presenteia nossos
ouvidos e ao longo das músicas podemos perceber como sua técnica pessoal está
presente, especialmente nos solos.
Seu terceiro disco de 1973 intitulado
“That´s what I´m Here For”, obteve baixas vendagens e críticas negativas. Mas
isso não impediu que o guitarrista fizesse uma turnê mesmo com as poucas expectativas
dos executivos da Polydor. Impressionante é a arrogância de Buchanan, pois
durante a gravação desse disco ele jogou em um triturador de lixo mais uma boa
oportunidade para sua carreira. No mesmo estúdio onde foram realizadas as
gravações de seu terceiro álbum, Jonh Lennon estava fazendo a mixagem de seu
disco “Mind Games” e se ofereceu para fazer algum tipo de participação
especial, caso o músico desejasse, pois Lennon admirava o estilo marcante de
Buchanan. Infelizmente, Roy dispensou o mitológico ex-beatle.Nos anos seguintes
ainda pela Polydor ele lançou um disco ao vivo chamado "Live Stock".
Era o último disco por essa gravadora.
O lendário Ahmet Ertegun, já queria que
Buchanan integrasse o cast da Atlantic desde quando vira o guitarrista tocar no
Carnegie Hall em 1972, e recebendo um adiantamento financeiro foi para o
estúdio gravar a “Street Called Straight” – algo como “Uma rua chamada correta”
– em alusão a sua tentativa de manter-se sóbrio e longe de drogas.
O primeiro disco via Atlantic,
"Loading Zone", de 77, foi produzido pelo baixista de fusion Stanley
Clarke e nele está a clássica "Green Onions" com um dueto com o
Booker T. & the MG´s. A faixa não foi gravada como soa. Stanley acelerou as
partes de Buchanan sem avisá-lo, para dar nova textura à faixa e isso alimentou
atritos entre os dois. Nesse ano ele também lançou um disco ao vivo, gravado no
Japão.
As coisas não começaram muito bem em
1978. O próximo disco, “You´re Not Alone” não foi feito com empolgação.
Buchanan quase sempre chegava atrasado e sem nada ou com idéias muito básicas
para suas músicas. No final tudo acabou ficando jogado no colo de Stanley
Clarke, que trabalhava mais nas faixas do que o próprio Buchanan. Como resultado,
ele saiu da gravadora.
Passou os próximos dois anos sem lançar
nenhum disco, fazendo pequenas turnês como sideman e tocando em bares. Em uma
tentativa de se libertar de qualquer tipo de problema, seja com produtores ou
com a própria gravadora – que costuma cobrá-lo por não ser um músico que
esvaziava as prateleiras, em 1980 ele resolveu autoproduzir-se no disco “My
Babe”, com o intuito de proteger-se de qualquer problema que pudesse surgir. O
disco foi distribuído pela independente Waterhouse Records.
Curioso é Buchanan decidir em 1981 que
não gravaria mais nenhum disco, pois sentía-se pressionado por grandes
gravadoras que sempre tentaram alisar sua música para torná-la mais abrangente
ao público geral. Mesmo depois de ser seu próprio produtor, parecia sentir uma
pressão interna. Seja por ser um músico muito mais famoso entre os músicos, ou
por não conseguir se livrar das drogas.
Entretanto surgiu uma saída para
Buchanan. A gravadora de blues Alligator parecia ser uma casa perfeita, pois
não era nem muito grande – assim como Roy – mas estava longe de ser
insignificante. O resultado de um bluesman em uma gravadora segmentada foi o
“When a Guitar Plays the Blues” de 1985. A liberdade fez com que Roy voasse e o
disco passou cerca de 13 semanas na Billboard. Como resultado excursionou pela
Austrália, Estados Unidos e Europa.
Nos anos que seguiram lançou mais dois
discos pela Alligator. “Dancing on the
Edge”(86) e “Hot Wires” (87). Tudo parecia começar a dar certo, pois Roy
trabalhava com liberdade, fazia turnês e sua popularidade crescia. Ele pensava
na época em fazer um disco todo instrumental. Mas no dia 14 de Agosto de 1988
as coisas mudariam novamente...
Buchanan saiu para comprar cigarros e
parou em um bar local para beber. Voltou para casa absolutamente embriagado e
agressivo. Judy sua mulher, assustada com o estado do marido chamou a polícia.
Buchanan pegou o telefone, arremessou-o no parede e saiu para a rua. Após uma
busca no bairro os policiais o encontraram vagando e o prenderam, alegando
intoxicação por drogas. O Cherife Carl Peed
o acomodou na cela R-45 e deu continuidade ao seu trabalho. A história diz que
um dos guardas que estava de plantão encontrou o músico pendurado pelo pescoço
por sua camiseta. Até hoje não se sabe se ele foi violentado ou se realmente se
matou. O mistério sobre sua morte permanece, pois apesar das dificuldades que
enfrentou, ele não tinha motivos suficientes para se matar.
No final das contas, o guitarrista que
preferia alcançar as notas desejadas com bends, que soava pegando fogo com seus
harmônicos e que influenciou Jeff Beck, John Lennon e Eric Clapton teve uma carreira que nunca – injustamente – ressoou aos ouvidos de
todos.
John dawson Winter III, nasceu em Beaumont, Estado
do Texas, no dia 23 de fevereiro de 1944, é um verdadeiro herói da guitarra. É
portador de albinismo, por isso sempre teve a pele e os cabelos brancos. Formou
sua primeira banda aos 15 anos de idade com seu irmão, Edgard Winter e logo criou
a sua própria maneira de tocar blues. Mesmo
vivendo em uma região com intensos confrontos raciais, Johnny Winter sempre teve boa convivência com a população negra e declara nunca ter sido hostilizado por ser
um branco a tocar a música dos negros. Um de seus amigos negros Clarence Garlow,
que era DJ em uma rádio voltada para este público, apresentou-lhe o Blues rural
do Mississipi.
Em 1968, a revista Rolling Stone deu um pequeno
destaque para a música de Johnny Winter, foi o suficiente para a gravadora
Columbia Records se interessar pelo blueseiro albino. O primeiro álbum lançado foi
chamado Johnny Winter, e trazia
alguns clássicos do blues como “Be Careful with a Fool”, de B.B. King, “Good
Morning Little School Girl”, de Sonny Boy Williamson, “When You Got a Good
Friend” de Robert Johnson e “Back Door Friend” de Lightin’ Hopkins, além de composições
próprias de Winter. O álbumchegou aN º 24nas paradas da Billboarde foi prontamenteseguido pelo álbum Second Winter , lançado ainda no mesmo
ano.
O escritor Cub Koda disse que Johnny Winter fazia
Blues-Rock para os anjos. Ele permaneceu com a Columbia Records e o selo Blue
Sky que pertencia à mesma gravadora por mais de 10 anos, lançando álbuns que
eram verdadeiras obras-primas do Blues e do Rock. Entre eles
estão: “Johnny WinterE" (1970),"StillAlive and Well" (1973)e "JohnDawsonWinterIII" (1974).Winter tambémajudou promover o Blues para
uma nova geração de ouvintes, apresentando músicas do gigante do blues Muddy
Watersno álbum “Hard Again"(1977), vencedor doGrammy e nos indicados ao prmio"I’m Ready"
(1978),“MuddyMississippiWatersLive"(1979) e"KingBee" (1981).
Nos anos 80 assinou com a Alligator
Records, segundo ele, sua vontade era gravar apenas Blues. Lançou então “Guitar Slinger”. Foi um sucesso, chegou
a ser cogitado como o melhor álbum de Blues de todos os tempos, recebendo
inclusive mais uma indicação ao Grammy. No ano seguinte lançou ”Seriou Business”, que também teve uma
indicação ao prêmio,e em 1986 fez o
seu 3º e último álbum pela Alligator,
HojeJohnny Winterainda está na ativa fazendo
shows pelo mundo, esteve no Brasil recentemente em 2010. Teve uma apariçãotriunfantenoCrossroadsEric ClaptonFestival comDerekTrucks,Buddy Guye Eric Clapton, momento que foi
imortalizadono DVD vencedor do prêmioEmmy.Em uma cerimônia com Slashapresentadaem Nashville, a marca de guitarras GibsonGuitarslançou o modelo Firebird Johnny
Winter, modelo de guitarra que ele já usa há muitos anos
e tornou-sesua marca.
Johnny
Winter fez uma participação especial no show da Banda Allman Brothers no Beacon
Theatre, em Manhattan, em comemoração ao 40º aniversário da banda.
Recentemente
foi indicado ao Grammy pelo álbum “I’m a
Bluesman”, lançado pela Virgin/EMI, o que só fez aumentar a sua reputação
de imortal. E dizer que ele está de volta seria puro eufemismo, pois na verdade
ele nunca deixou de estar.