Herdeiro do som robusto de Wes Montgomery (1925-68) e
de sua habilidade em improvisar, com notável articulação, linhas melódicas
longas e irresistíveis, em qualquer tempo, Martino é em geral esquecido quando
se cantam merecidas loas a outros expoentes das seis cordas, como Bill Frisell,
John Scofield, Russell Malone, Pat Metheny, Kurt Rosenwinkel e o vovô Jim
Hall.
Em 1980, já respeitado no planeta jazz, sofreu uma série de aneurismas
que provocaram nele, depois de cirurgias no cérebro, total amnésia. De início,
não se lembrava de sua condição de músico nem de que era um virtuose da
guitarra. Um longo tratamento que consumiu anos de terapia, reabilitação e um
processo de reaprendizagem da técnica da guitarra, com a audição dos discos que
gravara na década de 70, devolveu-o à vida plena. Pat gravou então, em 1987, o
álbum The
return (Muse), em trio, mas voltou a se afastar dos palcos
e estúdios em 1989, quando sua mãe morreu, e ele teve uma inesperada recaída.
Só na década de 90 é que recuperou seu prestígio, numa série de seis discos.
Nos últimos 10 anos, além de suas frequentes apresentações em clubes e
festivais, nos Estados Unidos e na Europa, Pat Martino reforçou a sua
discografia com três Cds definitivos editados pelo selo Blue Note: Live
at Yoshi’s, gravado ao vivo no clube de Oakland, California, em 2000, com Joey De
Francesco (órgão Hammond) e Billy Hart (bateria); Think
tank, de 2003, à frente de um quinteto cinco estrelas que conta com Joe
Lovano no saxofone, Gonzalo Rubalcaba ao piano, Christian McBride no baixo e
Lewis Nash, bateria, e Remember/
A tribute to Wes Montgomery, de 2005 (David Kikoski, piano; John Patitucci, baixo; Scott Allan
Robinson, bateria).
Pat Martino também é um conceituado Professor de música e já rodou o
mundo todo ministrando cursos nas principais escolas e faculdades de música.
Em outubro do ano passado, foi lançada a autobiografia de Pat Martino, Here
and now (Backbeat Books), escrita em colaboração com o jazz
writer Bill Milkowski, autor também de JACO:
The extraordinary life and times of Jaco Pastorius (Miller Freeman Books, 1995). O guitarrista sentiu “que já era tempo de
documentar” sua vida e seus propósitos não só como músico mas também como
professor e pessoa.
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