A partir do surgimento da família Marsalis, o jazz na sua
forma clássica começou a ganhar força e cresceu ano a ano, na medida em que
foram aparecendo outros, também jovens e talentosos músicos, que se propuseram
a tocar o verdadeiro jazz. Foi então que surgiu o termo Young Lions, que se referia a esse grupo de músicos por defenderem
com “unhas e dentes” as tradições do jazz. Faziam parte dos Young Lions: Os irmãos Marsalis, Winton,
trompetista e Bradford, saxofonista, além dos trompetistas Terence Blanchard, Wallace Roney, Roy
Hargrove, Philip Harper, Marlon Jordan e mais recentemente, Nicholas Payton, os
pianistas Marcus Roberts e Benny Green e os saxofonistas Donald Harrison,
Christopher Hollyday e Joshua Redman.
A presença dos Young Lions melhorou a imagem do jazz. Os músicos de jazz
não mais pertenciam à uma classe marginal, que precisava se drogar para
conseguir tocar a sua própria música . Eles resgataram mais do que a música,
mas a dignidade e a respeito que o mercado havia tirado do Jazz e seus músicos.
Além disso, outros gigantes que andavam esquecidos voltaram a ter o seu
espaço como jazzistas, como os pianistas Herbie Hancock e Chick Corea e os
saxofonistas Joe Henderson e Sonny Rollins.
Na contra-mão dos esforços dos Young Lions, surgiam também outras
formas, um tanto duvidosas, de Jazz. Na verdade, quando um álbum não tinha uma
definição simples sobre a qual gênero pertencia, muitas vezes por se tratar de fusões
de diversos estilos, era, e ainda é até hoje, comum classificar como Jazz, mas
na verdade essa era apenas uma das influências daquele novo gênero que surgia, pois
havia muitas outras como R&B, Soul, Blues, Funk, Rock. Isso aconteceu com
muitos grupos e artistas que faziam música instrumental cheia de ritmos e
solos, mas que traziam muito pouco Jazz em seu contexto. Só para citar os mais
conhecidos, o aclamado grupo Spyro Gyra dos saxofonistas David Sanborn e Grover
Washington Jr e o saxofonista Kenny G.
Outra tendência, esta menos significativa, foi a New Age music.
Essencialmente uma música de fundo e relaxante que sempre permanecia num mesmo
padrão sonoro, servindo como "healing music," em contraponto ao heavy
metal. A linguagem da New Age teve origem nos solos de piano de Keith Jarrett. Em
razão da ausência dos blues como tema para os músicos de New Age, esse estilo é
considerado fora da linha principal do jazz, servindo principalmente como
música para meditação.
Texto elaborado por Renato Maran
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