No início dos anos 60 os músicos de jazz tinham cada vez mais dificuldade para encontrar trabalho. Naquele
momento a atenção dos jovens estava totalmente voltada para o novo ritmo
chamado ROCK’N’ROLL, e as pessoas mais velhas tornavam-se mais caseiras, a grande
maioria interessada em programas de TV. Os músicos, desesperados, aceitavam
qualquer trabalho que aparecia.
Tocavam em bares, em orquestras de estudos de
TV e também acompanhando roqueiros em gravações de discos. Houve até quem
abandonasse a música de vez, enquanto outros partiram para a Europa atrás de
público. Todas as vertentes do jazz co-existiam dentro de um espaço cada vez
mais estreito: o Diexieland, o Swing, o Bebop, o Hardbop, o Cool jazz, o Modal
jazz, o Free jazz, brigavam entre si pelo mesmo público, além da mais recente
forma de jazz criada pelo saxofonista John Coltrane (foto), o Avant-garde, um estilo
cheio de fé e espiritualidade. A obra mais marcante deste movimento foi “A Love
Supreme” gravada em 1964. O álbum vendeu centenas de milhares de cópias em
poucas semanas, trazendo esperanças aos instrumentistas, porém John Coltrane
morreu em 1966, vítima de câncer.
E foi no mesmo ano de 1964 que os
Beatles pisaram pela primeira vez na América, e com isso a distância entre o
jazz e o grande público tornara-se maior ainda. A última gravação de jazz que
chegou a ocupar o primeiro lugar nas paradas de sucesso foi “Hello Dolly”,
interpretada por Louis Armstrong, superando, por algumas semanas, os garotos de
Liverpool. Depois disso, jamais uma gravação de jazz conseguiu tal proeza.
No final da década de 60 o gênio incansável Miles Davis formou um quinteto que
seria considerado a melhor banda de todos os tempos. O time trazia: Wayne
Shorter (sax tenor), Ron Carter (baixo), Tony Willians (bateria) e o garoto
prodígio Herbie Hancock (piano).
Com esse grupo Miles começou a traçar novos
rumos para a sua música. Até que em 1970 descartou totalmente os padrões
rítmicos do jazz tradicional e criou fusões com a música moderna. Nascia o
FUSION. Um estilo que trazia as últimas inovações do jazz associadas a batidas
inspiradas no FUNK e no ROCK, inclusive com a utilização de equipamentos
eletrônicos como sintetizadores, baixo elétrico, guitarra elétrica, etc. O
álbum que marca o início desta nova era chama-se “Bitches Brew”.
Até a próxima
edição...
Texto elaborado por: Renato Maran
Fonte: Ken Burns
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