sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A HISTÓRIA DO JAZZ - PARTE IV (O surgimento do FUSION)

No início dos anos 60 os músicos de jazz tinham cada vez mais dificuldade para encontrar trabalho. Naquele momento a atenção dos jovens estava totalmente voltada para o novo ritmo chamado ROCK’N’ROLL, e as pessoas mais velhas tornavam-se mais caseiras, a grande maioria interessada em programas de TV. Os músicos, desesperados, aceitavam qualquer trabalho que aparecia.  Tocavam em bares, em orquestras de estudos de TV e também acompanhando roqueiros em gravações de discos. Houve até quem abandonasse a música de vez, enquanto outros partiram para a Europa atrás de público. Todas as vertentes do jazz co-existiam dentro de um espaço cada vez mais estreito: o Diexieland, o Swing, o Bebop, o Hardbop, o Cool jazz, o Modal jazz, o Free jazz, brigavam entre si pelo mesmo público, além da mais recente forma de jazz criada pelo saxofonista John Coltrane (foto), o Avant-garde, um estilo cheio de fé e espiritualidade. A obra mais marcante deste movimento foi “A Love Supreme” gravada em 1964. O álbum vendeu centenas de milhares de cópias em poucas semanas, trazendo esperanças aos instrumentistas, porém John Coltrane morreu em 1966, vítima de câncer.
E foi no mesmo ano de 1964 que os Beatles pisaram pela primeira vez na América, e com isso a distância entre o jazz e o grande público tornara-se maior ainda. A última gravação de jazz que chegou a ocupar o primeiro lugar nas paradas de sucesso foi “Hello Dolly”, interpretada por Louis Armstrong, superando, por algumas semanas, os garotos de Liverpool. Depois disso, jamais uma gravação de jazz conseguiu tal proeza.  No final da década de 60 o gênio incansável Miles Davis formou um quinteto que seria considerado a melhor banda de todos os tempos. O time trazia: Wayne Shorter (sax tenor), Ron Carter (baixo), Tony Willians (bateria) e o garoto prodígio Herbie Hancock (piano).
Com esse grupo Miles começou a traçar novos rumos para a sua música. Até que em 1970 descartou totalmente os padrões rítmicos do jazz tradicional e criou fusões com a música moderna. Nascia o FUSION. Um estilo que trazia as últimas inovações do jazz associadas a batidas inspiradas no FUNK e no ROCK, inclusive com a utilização de equipamentos eletrônicos como sintetizadores, baixo elétrico, guitarra elétrica, etc. O álbum que marca o início desta nova era chama-se “Bitches Brew”.


Até a próxima edição...



Texto elaborado por: Renato Maran

Fonte: Ken Burns

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